COPROLÓGICO FUNCIONAL

Também conhecido como:

–

Formato da Amostra:

Fezes frescas.

Condições:

Não é necessário fazer dieta prévia especial, exceto para a pesquisa de sangue oculto. Contudo, mesmo esta pode ser dispensada se o resultado da pesquisa de sangue oculto for negativo.
O conhecimento do conteúdo da dieta do paciente nas 24 horas precedentes à coleta pode auxiliar na interpretação dos achados de labo

Recomendações:

As fezes devem ser colhidas em recipiente limpo, de boca larga, e encaminhadas ao laboratório rapidamente.
A amostra deve ser mantida à temperatura ambiente, em local fresco, ou em temperatura de geladeira. O exame deve ser realizado até 4 horas depois da cole

Método:

Diversos.

Valores de Referência:

Cor: acastanhada, com variações diversas;
Aspecto: homogêneo;
Consistência: pastosa a sólida;
Pesquisa de leucócitos: negativa;
Amido: ausente ou presença de raros grãos;
Pesquisa de hemácias: negativa (ausentes);
Pesquisa de fibras musculares: ausentes ou raras e dispersas;
Gordura fecal:
1 semana de idade: até 25%,
2 a 4 semanas: até 13%,
1 a 3 meses: até 7%,
acima de 3 meses: até 2%.
Muco: ausente;
Celulose: ausente ou pequena quantidade de celulose digestível;
Cristais: ausentes ou presença de cristais normais;
Parasitas: ausentes;
Bacterioscopia: microbiota aparentemente normal ao Gram;
Reação (pH): neutra ou alcalina;
Pesquisa de substâncias redutoras: negativa ou vestígios;
Pesquisa de sangue oculto: negativa;
Pesquisa de

Resumo Clínico Laboratorial:

Considerando que as características fecais se correlacionam com os distúrbios dos mecanismos funcionais que se passam em todo o trato digestivo, o exame físico-químico desse material pode ser bastante informativo e esclarecedor dos mecanismos etiopatogênicos de diarréias.
Contudo, a interpretação de seus resultados pode envolver grande dificuldade e deve considerar a interação dos eventos fisiopatológicos com a variabilidade da composição da dieta, fatores que influenciam diretamente na composição fecal.
Além do exame organoléptico, que descreve as características macroscópicas da amostra, o exame é composto por vários outros parâmetros:
A pesquisa microscópica de leucócitos busca revelar a presença de leucócitos nas fezes, o que pode ser indicativo de lesão de mucosa. Além disso, o estudo citológico diferencial dos leucócitos pode estabelecer tipo leucocitário mais prevalente na amostra, o que pode ser relacionado a etiologias específicas: 1) PMNs neutrófilos estão relaciEC, Yersinia e colites ulcerativas; 2) leucócitos mononucleares estão relacionados com febre tifóife. A ausência de leucócitos nas fezes diarréicas se correlaciona com cólera, EPEC, toxinfecções alimentares, vírus ou parasitoses.
A presença de grãos de amido em quantidade aumentada é causada pela aceleração do trânsito intestinal.
Hemácias, quando presentes, indicam danos na mucosa das porções distais do colo. O ensaio é menos sensível que a pesquisa química de sangue oculto.
Fibras musculares, quando presentes em grande quantidade, sugerem insuficiência pancreática, trânsito acelerado ou doença celíaca. Quando presentes em feixes, indicam acloridria, pois a dissolução do tecido conjuntivo que reúne as fibras musculares é função do ácido clorídrico do sulco gástrico.
A esteatorréia (gordura fecal) pode estar presente por aceleração do trânsito intestinal, má digestão ou má absorção das gorduras.
A presença de muco, limpo ou poluído, indica processo inflamatiel, a qual normalmente é fermentada no ceco e no colo ascendente pela microbiota local, quando presente na amostra indica trânsito intestinal acelerado. Já a presença de quantidade aumentada de celulose não digestível, esqueletos de vasos xilematosos ou de pêlos vegetais, indica conteúdo elevados de fibras na alimentação, o que pode se constituir como agravante de estados diarréicos ou, eventualmente, ser desencadeante de quadros diarréicos moderados.
A presença de cristais nas fezes não tem qualquer valor clínico, exceto os cristais de Charcot-Leyden, os quais têm relação com infecções parasitárias (disenteria amebiana, sobretudo).
Parasitas, quando detectados, podem estar associados a processos diarréicos e desconfortos gastro-intestinais diversos.
A avaliação do equilíbrio da microbiota intestinal pode ser realizada através do Gram de esfregaço fecal. Contudo, é preciso atentar para a baixa especificidade diagnóstica do método, quando aplicado para a investigação de infectra de fezes.
A medida do pH fecal pode informar acerca de diversas situações. O pH deve ser considerado baixo quando for menor que 5,5. Resultados neste nível podem indicar infecção bacteriana, exceto em recém-nascidos e lactentes, situações em que tais valores são encontrados com alguma freqüência, sem relação com infecções. O pH também se reduz pela presença de substâncias redutoras.
A presença de substâncias redutoras, em quantidade aumentada, ressalvada a interferência da aceleração do fluxo intestinal, pode sinalizar para intolerâncias a dissacarídeos, exceto a sacarose, ou defeitos na capacidade de absorção de carboidratos.
O resultado positivo da pesquisa de sangue oculto, excluídas as possibilidades de falso-positivos, pode indicar: perda sanguínea gastro-intestinal, retocolite ulcerativa, infecções por microorganismos invasores de mucosa intestinal ou parasitas agressores da mesma.
O resultado da pesquisa de pigmentos biliares pode indicar: normalidade, com presencrmal das fezes; trânsito intestinal acelerado, com presença de bilirrubina ou mesobilirrubinas, estágios metabólicos que precedem a estercobilina, ou possível obstrução biliar, com ausência de pigmentos biliares nas fezes. A reação pode apresentar falsa positividade para ausência de pigmentos biliares e a amostra contiver grande quantidade de albumina, resultante de exudação ou transudação da muc

Observações: